sábado, 20 de dezembro de 2008

FILME: Mamma Mia!!!! só para mulheres

Há filmes que nos fazem pensar, mexe com a nossa mente, com a nossa metafísica; os europeus em particular geralmente são para a mente.

Os americanos com receitas de final feliz, as vezes nos divertem, as vezes nos impressionam, mas poucas vezes nos comovem verdadeiramente.

Mas Mamma Mia, mesmo sendo americano e tendo um final feliz, é um musical que descansa a mente e energiza o corpo!

Me desculpem a visão estereotipada, mas nesse caso, minha indicação é apenas para as mulheres! Imagino que pouquíssimos homens agradeceriam a indicação.

O filme é extremamente feminino e parece tocar algumas das vulnerabilidades da mulher contemporânea, mas justamente por isso, é delicioso, leve, exala feminilidade, sensualidade, fantasia e desperta uma vontade louca de ser mulher no dia seguinte! Na próxima cena!

Experenciar o prazer do brinco, das confidentes , das cores, das formas, das plumas, dos amores, retroceder para rever nossa própria construção ao som das músicas de ABBA é realmente inspirador. Ainda mais quando se tem quase 40 anos!!

É inevitável, as vezes os acessórios de perdem, as amigas crescem, as cores desbotam, os traços marcam, as plumas se soltam, os amores se vão....mas, nada como achar o que foi perdido, rever os tons, assumir o tempo, sustentar a leveza, encontrar novas cúmplices, rever o amor..... o filme é isso! Nos traz de volta ao agora pela expectativa que traz de volta ao ar!!

Mas que dá vontade de saber o que eles achariam, ah da!!!!!!

Má Versiani, obrigada pela indicação!

Angela R.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

REMINISCÊNCIAS: do primeiro contato

Não sei ainda qual a verdadeira identidade desse blog. Ainda que tenha sido uma experiência interessante que me obriga a brincar com as palavras, minha única certeza é que a unilateralidade não me seduz em nenhum aspecto. Por isso culinária, fotografia, moda, reflexôes, etc etc etc.......
hoje, abro aspas para minhas reminissências!! Me permito postar duas das únicas experiências intelectuais que tive na adolescencia e que me acompanham ... Vinicius de Morais (de novo) e Castro Alves. Talvez tenha lido precocemente .... talvez guardei a experiência para entendê-la quando pudesse, mas desde muito, muito tempo, acho isso bonito.
Acho que arte é isso, prescinde da razão, da experiência, nos toca ainda que não saibamos decifrar a lingua do poeta, o traço do artista....

SONETO DE FIDELIDADE
VINICIUS DE MORAIS

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes e com tal zelo, e sempre e tanto
que mesmo em face do maior encanto
dele se encante mais meu pensamento.
Quero vive-lo em cada vão momentoe em seu louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou ao seu contentamento.
E assim quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angustia de quem vive
quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.




VOZES D'AFRICA
CASTRO ALVES

Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito, Que embalde desde então corre o infinito... Onde estás, Senhor Deus?...
Qual Prometeu tu me amarraste um dia Do deserto na rubra penedia - Infinito: galé! ...
Por abutre - me deste o sol candente, E a terra de Suez - foi a corrente Que me ligaste ao pé... O cavalo estafado do Beduíno Sob a vergasta tomba ressupino E morre no areal.
Minha garupa sangra, a dor poreja, Quando o chicote do simoun dardeja O teu braço eternal. Minhas irmãs são belas, são ditosas... Dorme a Ásia nas sombras voluptuosas Dos haréns do Sultão.
Ou no dorso dos brancos elefantes Embala-se coberta de brilhantes Nas plagas do Hindustão.
Por tenda tem os cimos do Himalaia... Ganges amoroso beija a praia Coberta de corais ... A brisa de Misora o céu inflama;
E ela dorme nos templos do Deus Brama, - Pagodes colossais... A Europa é sempre Europa, a gloriosa! ... A mulher deslumbrante e caprichosa, Rainha e cortesã.
Artista - corta o mármor de Carrara; Poetisa - tange os hinos de Ferrara, No glorioso afã! ... Sempre a láurea lhe cabe no litígio... Ora uma c'roa, ora o barrete frígio Enflora-lhe a cerviz. Universo após ela - doudo amante Segue cativo o passo delirante Da grande meretriz.
Mas eu, Senhor!... Eu triste abandonada Em meio das areias esgarrada, Perdida marcho em vão! Se choro... bebe o pranto a areia ardente; talvez... p'ra que meu pranto, ó Deus clemente! Não descubras no chão... E nem tenho uma sombra de floresta... Para cobrir-me nem um templo resta No solo abrasador... Quando subo às Pirâmides do Egito Embalde aos quatro céus chorando grito:
"Abriga-me, Senhor!..."
Como o profeta em cinza a fronte envolve, Velo a cabeça no areal que volve O siroco feroz... Quando eu passo no Saara amortalhada... Ai! dizem: "Lá vai África embuçada No seu branco albornoz. . . " Nem vêem que o deserto é meu sudário, Que o silêncio campeia solitário Por sobre o peito meu.
Lá no solo onde o cardo apenas medra Boceja a Esfinge colossal de pedra Fitando o morno céu. De Tebas nas colunas derrocadas As cegonhas espiam debruçadas O horizonte sem fim ... Onde branqueia a caravana errante, E o camelo monótono, arquejante Que desce de Efraim Não basta inda de dor, ó Deus terrível?! É, pois, teu peito eterno, inexaurível De vingança e rancor?... E que é que fiz, Senhor? que torvo crime Eu cometi jamais que assim me oprime Teu gládio vingador?! Foi depois do dilúvio... um viadante, Negro, sombrio, pálido, arquejante, Descia do Arará... E eu disse ao peregrino fulminado: "Cão! ... serás meu esposo bem-amado...
- Serei tua Eloá. . . "
Desde este dia o vento da desgraça Por meus cabelos ululando passa O anátema cruel. As tribos erram do areal nas vagas, E o Nômada faminto corta as plagas No rápido corcel. Vi a ciência desertar do Egito... Vi meu povo seguir - Judeu maldito -Trilho de perdição. Depois vi minha prole desgraçada Pelas garras d'Europa - arrebatada -Amestrado falcão! ...
Cristo! embalde morreste sobre um monte Teu sangue não lavou de minha fronte A mancha original. Ainda hoje são, por fado adverso, Meus filhos - alimária do universo, Eu - pasto universal...
Hoje em meu sangue a América se nutre Condor que transformara-se em abutre, Ave da escravidão, Ela juntou-se às mais... irmã traidora Qual de José os vis irmãos outrora Venderam seu irmão.
Basta, Senhor! De teu potente braço Role através dos astros e do espaço Perdão p'ra os crimes meus! Há dois mil anos eu soluço um grito... escuta o brado meu lá no infinito, Meu Deus! Senhor, meu Deus!!...


Angela R.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

EIS A QUESTÃO:Burocratas ou criativos?

Penso que em pleno século XXI devem ter inventado algo que minimize a chatisse da burocracia e suprima definitivamente os burocratas das nossas vidas. Eu seria mais feliz sem eles!!

Percebo claramente hoje uma cisão: de um lado criativos de outro os burocratas; se preferem terminologias mais modernas temos os pro ativos e os reativos. Uns ávidos por fazerem diferente, resolverem o impasse, enquanto os outros dificultam com o prazer quase orgástico de um carimbo, um papel, um ok, qualquer ação verbal ou não verbal que o imunize de responsabilidades!!

Hoje carecemos tanto de atividades criativas e essas obviamente se opoem completamente às atividades rotineiras, pré-determinadas, pré-fixadas, subscritas, normatizadas, mandadas, impostas, enfim.... onde há criativos não há burocratas, porque os primeiros tem um corpo com uma mente em constante atividade, os burocratas parecem romper com a dualidade cartesiana, mas no mal sentido claro!! Quando se encontram o confronto é inevitável!

Não que me considere criativa, mas burocrata, reativa NUNCA!!!!!! Posso ser qualquer outra coisa!!!!!!

Penso que a ordem e a civilidade podem ser mantidas com inteligência para se driblar o pre-definido. Se não for assim continuaremos morrendo na fila do hospital porque faltou um papel.

daria para eu escrever um tratado sobre o assunto, mas tive um dia didicil, perdi uma tarde e sobretudo a lucidez para escrever algo que realmente valha a pena.

Difícil imaginar o tipo de dificuldade que tive hj?

sua resposta pode denunciar de que lado vc está!!

Angela R.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

RITOS: sem eles não há passagem

Durante o ano de 2008 tive o privilégio de pensar acompanhada: Luciana Sandrin, Ana Banana, Marcela Versiani, Layane Tavares, Joseany, Luciana Avila, Júlio Oliveira, Natália Freitas e Isadora, todos, universitários do curso de graduação em Moda que confiaram a mim a finalização de seus trabalhos de conclusão de curso.

Com a Luciana Sandrin, tive o privilégio de pensar na moda sob uma perspectiva humana, muito mais humana que eu poderia imaginar. Traçamos um percurso que culminou em uma manual de estilo para mulheres mastectomizada no Hospital do Cancer de Barretos. O envolvimento da autora e a sintonia que estabelecemos foi extremamente gratificantes.

Com a companhia da Ana Banana revivi a delícia da simplicidade interiorana que fascina e nos cativa a cada conversa. Pensamos e muito, sobre editoriais de moda o que nos fez reviver o início da Bossa Nova e o nascer de um editorial lindo de morrer, de gemas brasileiras.

Marcela Versiani! querida, sempre querida. Não se acovardou quando sugeri que discutíssemos globalização, sociedade da informação e obsolecência planejada para só entao, chegarmos onde ela realmente queria: o universo Kistch. O resultado foi simplesmente lindo, mostrarei algo no momento oportuno, como tudo aqui. Foi 10, a nota da banca também!!

Layane Tavares, em cada abraço, me sentia reabastecida. Falamos sobre fotografia. Amei orientar esse trabalho, talvez eu e ela, apenas nós, demos 10 a ele. Mas pelo tanto que curtimos Richard Avedon e pela crítica (ai que delicia que foi) aos excessos dos editores de imagens digital foi muito mais que mil. Que trabalho de fôlego, lindo.

Joseany, me deu o imenso prazer de pensar na moda de uma forma inteligente, pouco previsível. Discorremos sobre Amy Winehouse na tentativa de entender porque uma das cantoras mais LOUCAS da atualidade é tida como referência e temdência de moda. Sem sermos tendenciosas eis a nossa conclusão: é a postura hedonista e pós-moderna da cantora que nos repudia e nos encanta tanto!!

Luciana Avila, quanta energia. Ela sempre me abastecia de palavras, gestos, e encantamento. Me levou para o universo country e arrasou na passarela. Com o conceito de tempo ( tic tac, tic, tac, tic tac.......) brincou com a idéia de ritos de passagem, do movimento cíclico da moda. E o relógio parece nunca parar.


O Julio Cesar me exigiu um retorno a uma infância sem Barby. Mas retornei e me vinguei dela. kkkkkkkkkkkk. Através de uma reflexão sobre a construção da identidade feminina brincamos de boneca, lemos revistas, vimos tv, cinema, e constatamos que a maldição da boneça loira, magra, esbelta, bem sucedida pode ser rompida. Basta que o corpo tenha mente!!

Com a Natália Freitas, foi complicado. Difícil transformar um trabalho sobre Body art e moda conceitual numa discussão tão sofisticada intelectualmente que, acreditem, culminou em Chico Buarque. Tatuagem, na voz de Elis Regina, com modelos vestidas de peles tatuadas, foi emocionante. Uma performance do corpo digna de mentes mais que performáticas!


Isadora e seus homens. Incomodada com a idéia de padronização e estereótipos também para os homens, me fez acreditar nela, refletimos sobre biotipo do homem no Brasil, sobre a ditadura que agora os acomete e finalmente, ela resolveu quebrar paradigmas. E quebrou, eu adorei. Homens comuns sem tanquinho na passarela, lindo isso!

Enfim, acabei de chegar da festa em que eles desfilaram suas idéias e suas criações! Foi um verdadeiro rito de passagem!!

Angela R.

(com o tempo, apresentarei melhor cada uma dessas pesquisas!!!!)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

CULINÁRIA: alquimia sim, receitas não

Eu adoro cozinhar.
Na cozinha tenho os cinco sentidos absolutamente tomados, e já faz algum tempo que me dou esse prazer frequentemente. Se não tiver prazer envolvido, ou se o tempo não for suficiente, prefiro comer fora!! Comer qualquer coisa em casa NUNCA!!


Talvez seja justamente pelo prazer de fazer que não sigo receitas, apenas dicas, não sigo medidas exatas, gosto da degustação do processo, abuso dos aromas. Considero a culinária uma alquimia. Portanto, em nenhum momento postarei receitas mas apenas misturas que, se aprovadas pelos sentidos darão sempre certo.

Hoje: Frango com laranjas!!!!!


ingredientes: partes de frango ideais para serem assadas;
muito alho ficado, sal, salsa e cheiro verde sempre, azeite, azeitonas pretas,
tomates, batatas, suco de laranja (sejamos práticos, os de caixinha são ótimos).

Em um refratário misture tudo, o frango, rodelas de tomate, pedaços de batata
todos os temperos, exagere nos temperos, e muito suco de laranja! se quiser deixe marinando por um tempo.



Depois leve ao forno.Para quem gosta de pratos perfumados, vale um galhinho de alecrin!


Angela R.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

MODA: moda e estilo (idéias preliminares)

Tenho pensado bastante sobre moda e estilo, à luz dos conceitos de indivíduo e sociedade. Independente de uma teoria basilar sobre a constituição do indivíduo e da sociedade, penso que a relação dialética entre um e outro nos permite refletir sobre a relação do indivíduo com o mercado de produtos de moda. Acho que falar em ditadura da moda e massificação requer hoje, algumas ressalvas, senão muitas ressalvas, e isso é uma delícia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O individuo só se constritui na sociedade e esta obviamente não é uma abstração mas um conjunto de individuos concretos. Portanto, a referência de vestuário, de moda e até mesmo de estilo é sempre construída socialmente. Não existe individualidade absoluta a não ser na metafífica e não faz o menor sentido pensarmos nesse conceito quando tratamos de moda.

Penso que estilo é realmente algo muito pessoal; é resultado de filtragens que o individuo faz das inumeras possibilidades oferecidas no mercado.Essa filtragem tem como critério de seleção a personalidade, estilo de vida, valores pessoais, relação com o corpo, profissão, cultura, enfim, com tudo aquilo que "participa" da existencia interna e externa do individuo. ( Nunca se esqueça disso, Virginia Zanucci).

Moda e estilo não são conceitos excludentes, pois, ainda que o indivíduo tenha um estilo completamente peculiar e à parte do que se ve nas passarelas, nas ruas e na midia de maneira geral, seu referencial acaba sendo aquilo que ele nega, ou seja a moda vigente. Ate mesmo nos casos mais extremos penso que o estilo anti-moda no sentido mais forte do termo, se constroi a partir da negação da moda corrente, que justamente por ser negada, continua sendo a referencia do individuo. (Não ha nada de inteligente nesse parágrafo!!!!!).

A moda tem data de nascimento, e por mais original que o individuo se considere ao vestir-se, por mais que relegue o universo efêmero da moda à último plano, deve lembrar-se que sua originalidade absoluta depende de uma ruptura com mais ou menos 500 anos de moda ( século XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, decada de 20, de 30, new look, hippies, punks, etc etc etc ....)

Em se tratando da maioria, o que percebo é que:

a) a adesão incondicional à moda e às tendências pode sugerir uma dose acentuada de passividade do individuo; um medo de incorrer ao kitsh ( o 8 PECADO CAPITAL, segundo Marcela Versiani) ou simplesmente uma atitude acrítica do sujeito com relação às construções sociais; não havendo uma filtragem das inúmeras possibilidades, a relaçãpo dialética nao se realiza e quem perde é sempre o individuo que está na moda!!

b) a adesão parcial à moda e às tendências pressupõe critérios de seleção o que sugere uma relação crítica do individuo frente ào que lhe é oferecido, quase empurrado garganta abaixo!!!!

Um bom parâmetro para sabermos se temos estilo ou se estamos na moda é avaliarmos a quantidade de peças de roupas e de acessórios que temos, e que foram adquiridos há muito mais que alguns anos.....

Por enquanto, e num dia muito cansativo intelectualmente, arrisco uma definição:

Estilo é a forma particular de se compor um look, mas tem a ver acima de tudo com a forma como o indivíduo BANCA a roupa que veste!!!!!!!!

Angela R.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

AMIGOS: sabem ler nas entrelinhas

Como já disse a Rosi Rado de Curitiba é uma daquelas amigas que a gente não esquece nunca!!!!!! pedi que ela fizesse comentarios no meu blog, e ela adorou a idéia porque certamente é uma forma de fazermos o que faziamos ha anos atrás: discutir idéias das mais abstratas e legais que só a gente conseguia na época lá na terra do nunca.

ai, ela ao invés de comentar no blog, me enviou esse email:

Querida Angela,
Pediu para mandar um comentário sobre o blog.Aqui vai... estou muito empolgada com ele sempre leio para ler as informações e alterações que vc.faz. Fiquei muito feliz com a introdução que vc. fez para colocar minha opinião sobre o filme "Camelos Também Choram" . Comentei com um super amigo meu sobre, o Itamarati, pesoa que penso eu ,vc. gostaria de conhecer...Maravilhosa, humana como poucos...Li hoje o tribulo a uma cachorrinha, achei maravilhoso, pois também tenho um cachorro que parece ser o mais tonto do mundo, acho que todos temos ou vamos ter um, um dia. Pois dizem que os cães refletem a imagem de seus donos...Portanto várias pessoas irão se identificar com este poema...È uma beleza poder ver um pouco de vc. ali, porque está o que gosta pensa e sente...É Angela falando. Abraço, de sua amiga saudosa de nossas risadas, Rosi.

Porque postei esse email?? primeiro pelo carinho eterno, segundo porque não tinha me dado conta de que sou mesmo meio tontinha....

Angela R.

MODA: uma visão inteligente

Tenho lido algumas coisas referentes ao fenômeno moda, mas nenhum artigo me chamou tanta atenção como Entre a arte e o negócio: as classificações da moda em suas relações com as mudanças sócio-históricas de Maria S. de Souza Nery.

Durante vários anos dando aula no curso de Moda e participando de bancas de Monografia e mais recentemente orientando algumas pesquisas da área, tenho percebido que é muito recorrente entre alguns alunos uma "quase vergonha" de demonstrar sua paixão pela moda, pelo vestuário e por tudo o que está diretamente relacionado a esse universo. A impressão que tenho é que alguns alunos, percebem a moda como algo supérfuo ou de pouco relevância acadêmico-social, e talvez por isso, ao escolherem os temas de suas monografias optem sempre por temáticas que lhes permitem criticar o mundo das aparências.

Contudo, a moda é um fenômeno muito mais complexo do que parece, e Nery consegue mostrar isso com maestria. Ao analisar a historicidade das interpretações da produção simbólica, discorre sobre o equivoco em se associar a moda apenas ao mundo dos negócios. A partir de um breve retrospecto da Moda no século XIX, a autora defende, dentre outras idéias, que a moda ora se aproxima, ora de distancia da arte, e que apesar de ser um universo que tende à racionalização (inerente ao mundo dos negócios) classifica-la como arte ou nao arte é uma arbitrariedade. Através de conceitos tais como divisão do trabalho, unicidade, atemporalidade, produto, dentre outros, a autora demonstra com clareza que falar em ditadura da moda é uma falácia.

Com o respaldo de teóricos importantes (Weber, Marx, Rousseau, Kant, Escola de Frankfurt) a Nery, nos deixa muito à vontade para declararmos sem nenhuma culpa nosso amor incondicional, pelo fenômeno que nos veste, nos assegura personalidade e estilo, movimenta a economia mundial, cria milhares de postos de trabalho, e nos permite entender um pouco mais as mudanças discursivas no decorrer da história, o que pressupôe questôes economicas, politicas, ideoloógicas e culturais. Portanto, esse artigo é um convite inteligente para repensarmos nossa perceção sobre a moda e, sobretudo sobre a historicidade dos juízos de valor.

Angela R.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

TRIBUTO: às cachorrinhas

Quando li pela primeira vez, tive a impressão que Vinicius de Morais e Tom Jobim, tivessem conhecido a Kikinha, a cachorrinha mais tontinha que já tive.

A Cachorrinha

Composição: Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim
Mas que amor de cachorrinha!
Mas que amor de cachorrinha!
Pode haver coisa no mundo
Mais branca, mais bonitinha
Do que a tua barriguinha
Crivada de mamiquinha?
Pode haver coisa no mundo
Mais travessa, mais tontinha
Que esse amor de cachorrinha
Quando vem fazer festinha
Remexendo a traseirinha?
Uau,uau,uau,uau!
Uau,uau,uau,uau!


Angela R.

NOTA DE RODAPÉ: o casaco de Marx

Fiz alusão mais de uma vez ao casaco de Marx. Para quem não sabe, o casaco é de Karl Marx mesmo, e nos é aprentado pelo autor Peter Stallybrass. Como li o livro há mmmuito tempo, não me sinto a vontade para comenta-lo, por isso vou postar apenas um comentario da assessoria de comunicação da Autentica Editora, na qual podemos ler:

"[...] num tom poético e comovente, Peter Stallybrass nos faz pensar sobre nossa relação com as roupas e com as coisas em geral. Por meio das idas e vindas do casaco de Marx, Stallybrass nos faz refletir sobre as complexas relações entre as coisas como objetos de uso, como objetos aos quais imprimimos nossas marcas, como objetos que carregam nossa memória, e as coisas como mercadorias – precisamente o problema de Marx em O Capital" ( disponível em : http://www.autenticaeditora.com.br/noticias/item/259, acesso em 04 dez 2008).

Penso que esse livro nos faz repensar nosso apego a qualquer coisa, dizer que é mero materialismo, incomodaria ao próprio Karl Marx. Para quem gosta de roupas, moda, mercadorias de quaisquer espécie, vale a pena a indicação. Lendo o livro nos distanciamos de posições muito superficiais quanto à nossa relação com nossos objetos.

Angela R.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

FILME (s): minha relação com eles

Tenho me interessado por cinema ha muito pouco tempo, mas foi um interesse que logo se transfomou em uma relação bastante interessante, peculiar eu diria.Toda relação tem data de nascimento, porém nem sempre data de validade, as vezes nem vale nada, as vezes nos mantém ... Com o cinema se descobrem algumas bases sobre as quais se apoiam idéias, crenças, posturas que ficavam latentes, escondidas, sabe-se lá onde!! Mas as vezes também nâo se descobre absolutamente nada, a não ser que somos ignorantes ou que o filme é ruim mesmo!!!....
Penso que quem conta a historia do filme é, invariavelmente, quem assiste. Talvez isso explique minha antipatia ao Oscar....

Mas, independentemente de quaisquer pendências,
  • Vendo BUGSY é possivel se repensar ou simplesmente se repudiar visões maniqueitas, ou nao....
  • ELE É TAO BONITO de tão sutil, sussura aos ouvidos verdades nem sempre reonhecidas;
  • CALLAS FOVERER, PIAF depertam com uma força avassaladora o medo do tempo e dos calos da vida, ou não....
  • BARAN explora o universo do silêncio de uma forma insinuante, há como negar? só vendo!!


    Angela R.

FOTOGRAFIA: pato de Minas


Essa é uma das fotos que mais gosto! Um pato de Minas (em uma viagem à Capitólio).

Gosto é gosto!! mas que ele pousou p mim, não há como negar.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

FILME: porque assistir CAMELOS TAMBÉM CHORAM

Existem os que cultuam esse filme dirigido por Byambasurem Davaa e Luigi Falorni em 2003 (Alemanha, Mongólia) e aqueles que jamais se aventurarão, mera questão de gosto......
Conheço apenas uma pessoa que viu e gostou – uma grande amiga historiadora de Curitiba a quem intimei para tecer suas considerações. Escrevi as minhas sem saber das dela e vice versa. Essa será uma fórmula muito recorrente aqui. Se achar essa indicação, dúbia, dialética, subjetiva demais, assista ao filme!!!! Seria prazeroso ter mais um nessa lista!!

1 Por Angela R.

Ainda que se trate de um documentário, Camelos Também Choram, é poético, mas tão poético que o cotidiano no meio do nada ganha cor, som, muita vida, com o toque de uma mão feminina nos faz chorar!
Tive meus sentidos acarinhados, e no final do filme refleti quem de fato vive no meio do nada! Se até o camelo chorou, impossível ficarmos indiferentes.
Não quero me aventurar em analises comportamentais, mas quanto mais ampla as possibilidades de liberdade, de experiências de todos os tipos, de desapego ao outro e de apego as coisas (sapatos?) menos nos deixamos seduzir pelo toque simples de uma mão que canta e uma voz que afaga.
Ter foco parece ser crucial no meio de infinitas possibilidades, é fácil nos perdermos e nos sentirmos no meio do nada ao passo que o outro experencia um universo de possibilidades com um único camelo, que, albino, nos faz pensar sobre nossa condição.
Angela R.

2 Por Rosi Rado

Olá amiga angela, tudo bem? O que me chamou a atenção neste filme foi a grande tranqüilidade que ele me passou; tranqüilidade esta representada por uma família de habitantes do deserto que trazem consigo uma cultura milenar encantadora...com valores inteiramente diferentes dos nossos. que nos envolve pela beleza das cenas trabalhadas, das cores da paisagem do sol .... cultura esta que , pode ser ameaçado (já viajando) com a chegada da tv.quando o menino pede a tv. para o avô ele diz: "você passaria dias olhando as imagens de vidro, não lhe faz bem".
É belíssimo como encaram a vida e seus acontecimentos de forma serena e com simplicidade. Esta vida que levam, para nós acostumados e acomodados com as tecnologias do século xxi inimaginável, 'dura demais'.... Outra temática que me chamou atenção foi o relacionamento entre pais e filhos, mais especificamente ente mãe e filho. a mãe que acabou de dar a luz em meio a um turbilhão de sentimentos ... pensamentos ... dores... precisa amar o novo ser ,e se não???? precisa aceitar o diferente a mudança que este trará e se não??? é doente!!!!???? algumas mulheres são raras não aceitam!!!! não é????? é mais ou menos isto...
com carinho
Rosi.

3 Por Voce
.
.
.

FOTOGRAFIA: a expressão dos "bichos"

Quando comecei a fotografar, há pouco mais de 2 anos, me dei conta da expressividade dos "bichos" e, desde entao, faço o que posso para conseguir captar um olhar que me diga algo... Esporadicamente pessoas comuns, que não conheço, mas que gritam com o olhar também me parecem irresistíveis. A expressividade a que e refiro é aquela que me remete a um algo mais que apenas a fotografia consegue traduzir. E isso me tira de uma dificuldade: nao tenho que explicar o que ou porque fotografo...... portanto, apenas olhem, e nao queiram saber porque isso me apraz!!!! (mas sinceramente, espero q sintam curiosidade...kkkk) (logo postarei algumas das minhas preferidas).

angela