domingo, 24 de maio de 2009

FILME: porque ver Party Monster?


"Quando algo é bonito, automaticamente é verdadeiro"

... em se falando de paradigmas, Party Monster é uma festa para nossos conceitos, depois de ver Hair esse torna-se obrigatório.... homosexualidade explícita, cenas energizadas com muitas drogas e um pouco mais de exctasy... os delírios maximizam de forma subliminar(?) a calmaria que subjuda a ludicidade do cotidiano.... a decadência dos protagonistas nos faz pensar se ser apenas coadjuvantes é satisfatório.... o figurino é belissimo, a trilha sonora interessante; a atuação de Macaulay Culkin faz dele um ser repulsivo, fragil, inocente, indecente, ingênuo e poderoso....tudo isso amalgamado, faz dele e do filme como um todo, referencia obrigatória para os provocadores dos novos "monstros" que nos assombram diante do tédio que acomete o mais do mesmo mas se acovarda na calmaria...


"Quando algo é bonito, automaticamente é verdadeiro" (?).

FILME: porque re(ver) HAIR...





poderia ser simplesmente porque depois de Ghoethe, de Flaubert, e outros do gênero, a mente queira descansar, mas a verdade, é que Hair descansa a mente, relaxa o corpo, mas nos assegura a experiência do "ócio criativo" ..... o filme termina, algo fica em nós.... nos perturbando mas com toda sutileza que o prazer requer... nessa perturbação silenciosa, ora pensamos na dor de se quebrar paradgmas, ora refletimos sobre o prazer de poder fazê-los..... o ganho intelectual q pode nascer, pode ter os traços dialeticamente familiares.... a sensação de déjá vue é inevitável - não só por estarmos revendo as cenas, claro...

DICA DE LEITURA: odeio textos de auto-ajuda...

realmente não gosto, não leio, deleto os emails suspeitos, acho um desserviço, etc etc etc... mas, q chatisse se não houvesse excessões..... estariamos a priori certos em muitas coisas sem termos tido a chance de chegarmos por nós mesmos às nossas próprias certezas.... racionalizações sempre á parte... li, refleti sobre, e reafirmei minhas paixões, meus inúmeros romances simultâneos mas, absolutamente fiéis....

muitas vezes há coisas insuspeitas nas obviedades...
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QUEM É O SEU AMANTE?
(Dr. Jorge Bucay - PSICÓLOGO - tradução do original 'Hay que buscarse unAmante')

Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam. Geralmente, são essas últimas as que vêem ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia,pessimismo, crises de choro, dores etc.
Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.

Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios,onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: 'Depressão', além dainevitável receita do anti-depressivo do momento. Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhumanti-depressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE! É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho. Há as que pensam: 'Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas?!' Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais.

Àquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico oseguinte: AMANTE é 'aquilo que nos apaixona', é o que toma conta do nossopensamento antes de pegarmos no sono e é também aquilo que, às vezes, nosimpede de dormir.O nosso AMANTE é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que aconteceà nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.Às vezes encontramos o nosso amante em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto...Enfim, é 'alguém' ou 'algo' que nos faz namorar' a vida e nos afasta do triste destino de 'ir levando'.

E o que é 'ir levando'? Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a formacomo os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular porconsultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que égratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, ése aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com achuva.Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo secontentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã*. Por favor, não se contente com 'ir levando'; procure um amante, seja tambémum amante e um protagonista ... DA SUA VIDA!

Acredite: O trágico não é morrer, afinal, a morte tem boa memória e nunca seesqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver. Por isso, e sem maisdelongas, procure um amante .

A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo Transcendental: 'PARA SE ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA

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e que se for o caso, que peguemos novamente nos pincéis, reabramos os livros, vejamos filmes, colecionemos sapatos, busquemos amor....... colecionemos amantes q a paz indiscutivelmente reinará em nós.... Amém!

domingo, 17 de maio de 2009

FILME: porque assistir AFINIDADES ELETIVAS








Afinidades eletivas....
Novamente os clássicos da literatura universal... Mas agora Ghoethe!A principio fiquei pensando no titulo que, aos meus ouvidos soa lindamente, e talvez por isso quase me fez crer que veria outras cenas...na trama as afinidades não são eletivas como na vida também não, na trama os casais se unem apesar de todas as desuniões que a união lhes traz ... o filme deixa a desejar, é pouco interessante, lento, quase sem cor, não gostamos dos personagens, das afinidades, da forma como termina....mas terminamos lembrando que Ghoethe é dono de um léxico mortal, matou com palavras! Poucos têm tanto poder....
Certamente por isso vi até o final.


Para quem não sabe vale a pena conferir:
http://www2.uol.com.br/JC/_1999/0509/cc0509e.htm

sábado, 16 de maio de 2009

FILME: A professora de piano...





A Professora de Piano, é um filme para poucos.

É visceral, indigesto, feio, mas indiscutivelmente perturbador.
O diretor é fantástico, nos prende mesmo nos enojando a cada cena; a atuação de Isabelle Huppert é fascinante; a personagem prescinde de palavras para nos fazer ouvir um corpo em desespero, judiado, embotado, impossibilitado da fruição. Tudo nele é proibido, cerceado, a abstinência que o aflige maximiza uma existência indiscutivelmente cartesiana;
A pianista dá á sua existência metafísica o melhor dos alimentos e mortifica seu corpo da forma mais vil e auto-destrutiva. Tira-lhe o direito da fruição, do prazer, do êxtase, da calmaria que apenas um toque pacífico pode assegurar. Ela o violenta o tempo todo e busca no outro apenas a possibilidade de se tornar o nada...

Talvez ter vivido na bela vista explique algo... talvez!
Lê, valeu!

domingo, 3 de maio de 2009

FILME: Madame Bovary













Século XIX! Não sei porque mas os filmes desse periodo sempre me fascinam apesar de todas as adversidades decorrentes da moral burguesa, conservadora, apesar da incompletude de indivíduos ávidos por se auto-construirem ... o homem provedor absoluto, a mulher credora incondicional do amor romantico...

Na adolescencia era absolutamente seletiva nas minhas leituras. Li Madame Bovary de Flaubert. Não tenho nenhuma lembrança do livro... ainda não sei onde guardo minhas memórias literárias.... tantos clássicos da literatura universal foram lidos, todos esquecidos mas creio que ressoam em mim de alguma forma... hoje o filme me fez sentir algo já sentido.

Madame Bovary nos faz sofrer a dor da insatisfação com as limitações não só circunstanciais que nos acometem ... a dor dela retrata algo familiar, sua humanidade nos toca profundamente, chega a incomodar, tudo é lento na trama e essa lentidão maximiza o incômodo que não acaba com o fim do filme...

A mediocridade é um personagem importante na trama, contamina Madame Bovary que morre, mas por outras dores.

Ao determinismo da mediocridade contrapôe-se uma mulher que não cabia no seu mundo, apesar da percepção confusa de seus desejos, sabia que pertencia a um mundo que não era dela.

Madame Bovary ja nasceu cansada. Viveu insatisfeita, traiu, mentiu, se resignou, fugiu para os mesmos lugares, morreu a cada dia mas perdeu a vida livremente. O embate entre determinação e liberdade talvez seja um ponto interessante do filme. A determinação histórica, geografica, sexual, fez dela uma infeliz por ter- ainda que de forma embrionária - o desejo de ser dona dela mesma.
Talvez isso explique o mal estar.

O filme vale sobretudo por nos por a prova. Sentir prazer com a lentidão sofrida nos dá tempo para pensarmos com alguma lucidez.

vale a pena ver pelo menos a resenha do livro para entender sua importãncia na literatura universal, não ha como dimensionar o filme sem ter a dimensão de Flaubert.