domingo, 8 de fevereiro de 2009

FILME: em meio às sincronicidades, O BUDA!

Em alguns momentos fui enfática ao indicar alguns dos filmes que me causam impressôes. Hoje me limito a comentar O BUDA (filme argentino de Diego Rafecas de 2005), penso que a indicação seria muito controversa.

Mas, antes do filme, alguns detalhes que fizeram toda a diferença...

Recentemente, em meio a muitos livros da adolescência me deparei com Demiam do autor alemão Hermann Hesse, e, imediatamente o guardei como um companheiro de férias. Não finalizei a leitura ainda, mas restam poucas palavras.

Dias depois em uma dessas lojas em que a organização não constitui um princípio básico, em meio a um amontoado de filmes escolhi O Buda. A escolha não foi muito racional já que o filme e o diretor me eram totalmente desconhecidos. E convenhamos que um filme argentino sobre budismo não parece um investimento que se justifique. Comprei o filme que ficou me esperando por um tempo, em várias tentativas o travesseiro me foi mais sedutor.

Há dois dias atrás em meio a massas e prosas comentei sobre a sicronicidade, não sei o porque e nem em que contexto, até mesmo porque tenho ciência de que filosofar à mesa é algo absolutamente descabido, mas simplesmente aconteceu!!

Ontem vi o filme. E para comenta-lo do nadame veio novamente o conceito de sincronicidade.


Como minha memória me trai o tempo todo, revisitei Jung, para rever o conceito e ai, sim, me dei conta de que é de fato algo interessante.

Sincronicidade refere-se a certas coincidências que ocorrem e que são repletas de significado. Portanto, não se refere ao determinismo, à causalidade mas sim à coincidências nas quais subjaz algo em comum e que trazem consigo algo repleto de significado para quem as percebe. O difici é compreendê-las verdadeiramente.

O livro a que me referi trata de um adoslescente em busca de si mesmo que a todo momento se depara com a dificuldade de lidar com seus próprios fantasmas. O personagem central vive o drama de crescer e de se tornar responsável por suas escolhas.

O filme, tem como personagem central, um jovem de 27 anos numa busca frenética por experiências espirituais que transcendam as "banalidades" da vida moderna e, sobretudo, os traumas dos quais foi vitimizado por lhe faltarem armas de defesa.


Em um e outro, existem personagens coadjuvantes interessantes: um estudante arrogante, um musicista muito arrogante, e um professor de filosofia mais arrogante ainda.

No livro a religiosidade está presente na forma de Abraxas (o deus que mantém em sua essência a dualidade bem e mal, nada mais humano), no filme, como não poderia ser diferente são comuns frases de efeito baseadas em preceitos do budismo.

Em suma, no livro e no filme estão presentes ora a a cisão ora a fusão entre razão, emoção, sensação e intuição, as 4 faculdades que, se equilibradas, como defende Jung, nos permitem desenvolver a sincronicidade e, por conseguinte, a capacidade de compreender os significados velados das coincidências acausais. Isso tudo me pareceu muito revelador, me remeteu a muitas coisas das quais obviamente não teria porque compartilhar.

Foi neste contexto que vi o filme. Por isso não arrisco a indicação.!!

Mas, como indicações tácitas são sempre mais eficazes,
bom filme!!

p.s. sincronicidade ou não, minha última aquisição tem origem tibetana e chinesa!!

Para quem caiu aqui por "acaso", talvez valha mais essa indicação de leitura:
http://www.symbolon.com.br/artigos/jungesicroni1.htm

Angela Rodrigues.

2 comentários:

  1. Achei interessante os comentários.
    Você tem o link para baixar este filme?

    Grato

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  2. Oi Gabriel, obrigada pela visita!
    infelizmente não sei se esse filme está disponível na net. Caso o assista, volte e me conte o que achou!
    até breve,
    Angela.

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