segunda-feira, 9 de março de 2009

TENDÊNCIA: primeira reflexão

T E N D Ê N C I A
















T E N D Ê N C I A





TENDÊNCIA


TRENDS







TENDER À




TRENDS






T E N D Ê N C I A
TENDENCIOSA? NÃO, EU DIRIA.


Tenho pensado e escrito muito sobre o pós-modernidade porque realmente penso que estamos passando por um momento de reumanização e ressignificação que contempla vários aspectos de nossa existencia individual e social e isso muito me interessa. Moda, decoração, gastronomia, comportamento são a meu ver, áreas que nos ajudam a decodificar muito mais que apenas obviedades. Serei breve, mas o tema requer um artigo.

Hoje muito se fala na obsolescência da ditadura da Moda, a moda de rua invade a passarela e não o contrário. Hoje a roupa pode pode ser vista como uma produção simbólica particular e não mais coletiva. Através dela, explicitamos intenções, desejos, idéias, vulnerabilidades, mas também ocultamos nossa verdadeira identidade se assim o preferirmos, podemos confundir as interpretações se tivermos competência. De qualquer forma, o retorno ao velho, ao vintage, ao retrô a meu ver corresponde a um processo de releitura do vestuário muito instigante que sugere saudade inclusive de algo não vivido. A ausência de verdade, de intimidade, de cumplicidade, de aconchego parace amenizada com uma peça confeccionada por mãos, linhas e agulhas que deixam registros nunca percebidos no pret-a-porter. Roupa com história, com memória parece reumanizar o modelo, ressignificar o corpo, reascender a aura, é realmente interessante. Ao fast fashion, à moda efêmera contrapôe-se a slow fashion, a moda que requer tempo e sugere o perene, a desaceleração.

Quanto à nossos refúgios, nossas casas, vestigios de demolição, retorno de uma materialidade natural, misturas de estilos, de cores, de texturas desbancam a previsibilidade do vidro, do ferro, do aluminio, das combinações... as plantas não habitam apenas o jardim mas todos os cômodos, dão vida a artefatos com longas trajetórias .... móveis customizados, objetos de décadas denotando resquícios interessantes de momentos vividos em outros tempos... quanta saudade... nem sempre se sabe do que! é preciso ter idade para percebe-lo...

O retorno da gastronomia como prazer, como atividade social que reúne ao fogão e à mesa muitas mãos, o educar o paladar para os sabores mais simples denota um requinte antes ofuscado por menus quase indescritiveis em todos e por todos os sentidos .... o fazer, o processo, a alquimia do preparo, o degustar não mais para sanar apenas necessidades biológicas mas também algumas outras que poderiam ter as mais variadas definições.... fazer não apenas para comer me sugere a busca por necessidades que requerem alimentos metafísicos mas muito mais perceptíveis que quaisquer outros conhecidos...

Através da roupa, da decoração e da gastronomia parecemos clamar pelo retorno do que era velho mas, na verdade o que prevalece é a necessidade de cápsulas de humanidade, nem importa muito se industrializadas ou manipuladas, mas que sejam eficazes na cura da artificialidade que passou a imperar há algum tempo em nossas produções, nossas representações, nossas relações, nossa existência!

Que sejam feitas releituras, resgates e que consigamos nos reencontrar ao máximo com o que era velho e que agora, com nossa percepção mais aguçada, se revela eterno, atemporal.... nada mais moderno e atual que exaltarmos sentimentos, sensações, relacionamentos, relações, cumplicidades, fragilidades, inseguranças.... não ter que ser super heroi é realmente apaixonante.Não ter que ser super em quaisquer sentidos essa é, a meu ver, a tendencia dos próximos anos! E que não sejam poucos!


Um comentário:

  1. Texto bem mais leve, porém inteligentíssimo! Adoro suas reflexões, percepções..
    E ótima escolha de imagens!! =)

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