terça-feira, 9 de dezembro de 2008

MODA: moda e estilo (idéias preliminares)

Tenho pensado bastante sobre moda e estilo, à luz dos conceitos de indivíduo e sociedade. Independente de uma teoria basilar sobre a constituição do indivíduo e da sociedade, penso que a relação dialética entre um e outro nos permite refletir sobre a relação do indivíduo com o mercado de produtos de moda. Acho que falar em ditadura da moda e massificação requer hoje, algumas ressalvas, senão muitas ressalvas, e isso é uma delícia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O individuo só se constritui na sociedade e esta obviamente não é uma abstração mas um conjunto de individuos concretos. Portanto, a referência de vestuário, de moda e até mesmo de estilo é sempre construída socialmente. Não existe individualidade absoluta a não ser na metafífica e não faz o menor sentido pensarmos nesse conceito quando tratamos de moda.

Penso que estilo é realmente algo muito pessoal; é resultado de filtragens que o individuo faz das inumeras possibilidades oferecidas no mercado.Essa filtragem tem como critério de seleção a personalidade, estilo de vida, valores pessoais, relação com o corpo, profissão, cultura, enfim, com tudo aquilo que "participa" da existencia interna e externa do individuo. ( Nunca se esqueça disso, Virginia Zanucci).

Moda e estilo não são conceitos excludentes, pois, ainda que o indivíduo tenha um estilo completamente peculiar e à parte do que se ve nas passarelas, nas ruas e na midia de maneira geral, seu referencial acaba sendo aquilo que ele nega, ou seja a moda vigente. Ate mesmo nos casos mais extremos penso que o estilo anti-moda no sentido mais forte do termo, se constroi a partir da negação da moda corrente, que justamente por ser negada, continua sendo a referencia do individuo. (Não ha nada de inteligente nesse parágrafo!!!!!).

A moda tem data de nascimento, e por mais original que o individuo se considere ao vestir-se, por mais que relegue o universo efêmero da moda à último plano, deve lembrar-se que sua originalidade absoluta depende de uma ruptura com mais ou menos 500 anos de moda ( século XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, decada de 20, de 30, new look, hippies, punks, etc etc etc ....)

Em se tratando da maioria, o que percebo é que:

a) a adesão incondicional à moda e às tendências pode sugerir uma dose acentuada de passividade do individuo; um medo de incorrer ao kitsh ( o 8 PECADO CAPITAL, segundo Marcela Versiani) ou simplesmente uma atitude acrítica do sujeito com relação às construções sociais; não havendo uma filtragem das inúmeras possibilidades, a relaçãpo dialética nao se realiza e quem perde é sempre o individuo que está na moda!!

b) a adesão parcial à moda e às tendências pressupõe critérios de seleção o que sugere uma relação crítica do individuo frente ào que lhe é oferecido, quase empurrado garganta abaixo!!!!

Um bom parâmetro para sabermos se temos estilo ou se estamos na moda é avaliarmos a quantidade de peças de roupas e de acessórios que temos, e que foram adquiridos há muito mais que alguns anos.....

Por enquanto, e num dia muito cansativo intelectualmente, arrisco uma definição:

Estilo é a forma particular de se compor um look, mas tem a ver acima de tudo com a forma como o indivíduo BANCA a roupa que veste!!!!!!!!

Angela R.

2 comentários:

  1. ainda não me convenci que estio e moda andam juntos...Quem sabe se refletir melhor!!!!Não nego a moda da passarela. Só não me identifico com ela... As vezes...Rosi

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